terça-feira, 22 de setembro de 2009

Zubeldia: Inovações táticas que conquistaram à América e o Mundo!

Em 15 de janeiro de 1965, firmou-se contrato com o técnico Osvaldo Zubeldia, com um único objetivo: Evitar que o Estudiantes de La Plata, corresse o risco de voltar a série B.


Qual a receita?
Falar pouco, trabalhar muito, viver para o futebol 24 horas dos seus 7 dias da semana e dar exemplo sempre.
Como não havia muito dinheiro foram contratados jogadores baratos como Carlos Bilardo, Enry Barale, Hugo Spadaro, Roberto Santiago e Marcos Conigliaro, unidos ao melhor do bom time de juniores vice-campeões nacionais em 1964, com Poletti, Aguirre Suárez, Malbernat, Manera, Pachamé, Echecopar, Eduardo Flores e Juan Ramon 'La Bruja' Verón.


Assim estava "escalada" a equipe que comoveu a historia do clube e do futebol argentino.


Em 1967, o Estudiantes de La Plata conquistaria o Campeonato Metropolitano, dando início a uma sequência de feitos gloriosos.
Foi o primeiro clube que não pertencia ao seleto grupo dos 5 maiores times da argentina como o Independiente, Racing, Boca Juniors, San Lorenzo e River Plate, a vencer um torneio oficial na era profissional do futebol argentino.


Nas semifinais a equipe de La Plata obteve uma virada incrível contra o Platense no campo do Boca.
Perdia por 3 a 1, e com um homem a menos devido a lesão de Barale, conseguiu vencer por 4 a 3 com gols de Conigliaro, Verón, Bilardo de voleio e Madero de penalti.
Tal conquista seria consolidada em 6 de agosto de 1967 com uma vitória sobre, o então campeão da Copa Libertadores da América, Racing Club por 3 x 0, com direito a um golaço de bicicleta de 'La Bruja" Véron.


Aquele Estudiantes de Zubeldia, cultuava a bola parada e cada jogada era ensaiada com obsessão, como por exemplo:
Linha de impedimento como recurso, a obediência tática e escanteios fechados.
Esta metodologia empregada por Zubeldía era revolucionária demais para uma época onde o futebol era invariavelmente ofensivo.
Zubeldia defendia a máxima: Defender primeiro, atacar, depois.
Tal comportamento despertava a crítica de inúmeras pessoas e Zubeldía defendia-se dizendo que atacava as certezas nunca comprovadas instaladas no imaginário popular.


"Dizem que nosso futebol é uma vergonha, que não deixamos o jogo acontecer, que perdíamos tempo.Talvez tenham alguma razão, porém é preciso esclarecer as coisas. Isto é um negócio e a única coisa que importa é ganhar".


(Osvaldo Zubeldia )


Além dos progressos e polêmicas quanto a tática implementados por Zubeldia, esta equipe era repleta de grandes valores, como a qualidade de um Alberto Poletti debaixo das traves, Eduardo Manera e Raúl Madero nas laterais, a combatividade de Bocha Flores e o talento diferenciado do ponta esquerda la Bruja Verón.
Vale ressaltar ainda, a vitalidade dos defensores Ramón Aguirre Suárez e Oscar Malbernat, a inteligência de Pachamé, as arrancadas de Felipe Ribaudo, o oportunismo de Marcos Conigliaro e, sobretudo, Carlos Bilardo que dentro do campo era o decodificador das mensagens de Zubelía e comandava sua equipe dentro das 4 linhas, ditando o ritmo das partidas a favor de seu clube. Com muito trabalho tático e bom futebol , o Estudiantes realizou façanhas históricas e chegou a glória.

Fonte: Gustavo Lopes Machado, torcedor e destacado pesquisador da história do Estudiantes de La Plata.








O técnico Osvaldo Zubeldia ao centro, na conquista histórica do tri campeonato da Copa Libertadores da América. A direita da foto, Carlos Bilardo.

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