terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Profissionalismo

A estreia do Estudiantes de La Plata no futebol profissional argentino foi em 1º de junho de 1931, com uma vitória diante do Talleres por 3 a 0.

Nesta mesma partida Alberto Zozaya marca o primeiro gol da era profissional do futebol argentino.
Vale destacar que 1931 foi o início do profissionalismo dentro do futebol argentino.
Neste mesmo ano a linha de ataque do Estudiantes criou um recorde histórico: 103 gols em 34 jogos, sendo 16 a mais que o campeão Boca Juniors.
O Estudiantes de La Plata, ficou em terceiro lugar no campeonato com 44 pontos, logo atrás do San Lorenzo de Almagro com 45 e o Boca Juniors com 50 pontos.
Dos 5 já referidos geniais atacantes integrantes do quinteto “Los Professores”, apenas Scopelli foi oriundo das divisões de base da equipe.
Segundo ele o Estudiantes não foi campeão do primeiro torneio profissional por causa das más arbitragens.

O cérebro da equipe era Nolo Ferreira, chamado de el Piloto Olímpico, por ter ocupado o posto de atacante central nos Jogos Olímpicos de Verão no ano de 1928,em Amsterdam quando a Argentina terminou em segundo lugar.


Inteligente dentro de campo, era a referência de todos os seus companheiros. Dom Padilha e el Conejo ensaiavam combinações de jogo chamadas paredes.
Segundo Ferreira, Zozaya foi um dos melhores cabeceadores de todos os tempos.
Lauri era um ponteiro veloz com um cruzamento preciso e Guaita tinha grande arrancada e velocidade.
O Estudiantes nos 2 primeiros campeonatos profissionais ganhou 36 partidas, empatou 12 e perdeu 20. Marcou 184 gols e sofreu 114.
Dos 184 gols marcados pela equipe, 163 foram anotados pelos Los Professores,distribuídos entre eles da seguinte maneira:


Zozaya (53),
Scopelli (44),
Guaita (35),
Manuel Ferreira (16),
Lauri (15).

Ressaltando que Zozaya foi artilheiro do primeiro campeonato profissional em 1931 quando anotou 33 gols e Scopelli foi o vice-artilheiro com 31 tentos.
Todos os integrantes deste famoso quinteto integraram a seleção argentina, sendo que Scopelli e Manuel Ferreira disputaram a Copa do Mundo de 1930 e Lauri foi vice-campeão da Copa América de 1935.


Os principais jogadores desta equipe foram:


Goleiros: Scandone, Latorre Lelong e Capuano.


Defensores: Nery, Rodríguez, Viola, Raúl e Roberto Sbarra.


Volantes: Usienghi, Pérez Escalá, Riolfo.


Ataque: Lauri, Scopelli, Zozaya, Manuel Ferreira e Guaita.

Também atuaram: Comasco, Tellechea, Padrón, Appolito, Sabio, Juariste, o uruguaio Castro, Areco e Estevarena.
Em 1931 esta equipe goleou por:
7 X 0 o Chacarita,
5 X 2 o Independiente,
5 X 2 o Ferro,
5 X 1 o Argentinos,
8 X 0 o Lanús,
6 X1 o Atlanta,
8 X 0 o Ferro,
6 X 3 o Racing,
4 X1 o campeão Boca Juniors
e em 1932,
6 X 1 no seu rival Gimnasia y Esgrima.

Tal formação, entretanto, não foi campeã, sendo o primeiro exemplo de uma equipe que não necessitou de títulos para ser considerada uma das melhores do profissionalismo de seu país, devido a diferenciada habilidade e efetividade ofensiva.
O célebre ataque pincharrata se desintegrou porque Lauri, Scopelli e Guaita foram atuar na Europa, onde "El Indio" Guaita foi campeão mundial com a Itália em 1934 e Scopelli também integrou a seleção Azurra.
O número de grandes atacantes indentificados com o Estudiantes ampliaria em 1938, quando apareceu um dos maiores goleadores da história do futebol argentino, Manuel Peregrina o "El Payo", que converteu 221 gols com a camisa pincharrata, transformando-se no maior goleador da história do clube e no quarto do futebol argentino com 231 tentos, sendo10 gols marcados pelo Huracán.

"El Payo", atuou pelo Estudiantes até 1956, com uma temporada pelo Huracán em 1953.

A partir de 1942 fez uma dupla de ataque brilhante com Ricardo "el Beto" Infante, artilheiro que jogou no clube até 1969, também com uma passagem pelo Huracán entre 1953 e 1956.
Marcou 180 gols em 329 jogos, sendo o sexto maior artilheiro da história do futebol argentino.
Pelegrina se destacava por seu chute potente, Infante por sua habilidade. El Payo jogou algumas partidas pela seleção argentina, porém não muitas, pois jogou em uma época que o futebol argentino era recheado de bons ponteiros esquerdos.

Infante disputou a copa do mundo de 1958 pela Seleção Argentina.
Outro jogador de destaque desta época foi o goleiro Gabriel Mario Ogando, que atuou no Estudiantes no longo período de 1939 até 1952, sendo um dos jogadores chaves durante a década de 1940, quando o Estudiantes obteve sempre boas posições no campeonato argentino, época esta em que o campeonato nacional era muito competitivo.


Destaque para dois terceiros lugares, obtidos nos anos de 1944 e 1948, sob o comando dos ex-jogadores Alberto Viola e Alberto Zozaya respectivamente.
Os bons desempenhos nos campeonatos disputados na década de 1940 renderam ao Estudiantes:

A Copa Adrián Escobar, um torneio de carater regular disputado no final da temporada entre os 7 primeiros colocados da Primeira Divisão, e em 1945 a Copa de la República, cujas finais foram disputadas em 1946 contra o Boca Juniors, sendo que o primeiro confronto terminou 4 X 4 e o jogo de desempate disputado em 18 de dezembro terminou 1x0 para a equipe platense, com gol de Pelegrina.


Os anos 50 foram complicados, com a primeira queda à segunda divisão ocorrida em 1953. Entretanto, o Estudiantes retornou a primeira divisão no ano seguinte fazendo uma grande campanha, com 19 vitórias, 8 empates e 7 derrotas.
Esta equipe tinha novamente Manuel Pelegrina como goleador.
No início dos anos 1960, o perigo do rebaixamento esteve perto em 1963, quando a equipe deveria decidir a queda para a segunda divisão em uma partida contra o Lanús, entretanto, o time de La Plata foi beneficiado por uma "virada de mesa", que suspendeu o descenso por três anos.
O clube aproveitou o indulto para investir profundamente nas categorias de base, investimento este que propiciou o nascimento de uma esquadra juvenil quase imbatível chamados "la tercera que mata", cujos integrantes, tempos depois, integraram a gloriosa equipe campeã da américa e do mundo.

Fonte: Gustavo Lopes Machado, torcedor e destacado pesquisador sobre a história do Estudiantes de La Plata.




O famoso quinteto  "Los Professores"

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