segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Alejandro Javier Sabella




O ano era 1981, e Alejandro Sabella jogava pelo Leeds United da Inglaterra. Em dezembro, ele recebeu a visita de Carlos Bilardo, na época treinador do Estudiantes, que lhe convidou para retornar à Argentina e vestir a camisa do clube de La Plata. Sabella sonhava em voltar ao River Plate, equipe onde começara a carreira, mas aceitou a proposta de Bilardo.

Mal sabia ele que o sucesso lhe aguardava dentro e fora das quatro linhas. Em 2009, 28 anos depois, Sabella conduziria o Estudiantes ao seu quarto título da Copa Libertadores da América.

Uma canhota magnífica


Alejandro Javier Sabella nasceu em Buenos Aires no dia 5 de novembro de 1954. Frequentou todas as categorias de base do River Plate, clube no qual fez a sua estreia como profissional com 20 anos de idade. Tinha estatura baixa (1,62 metro) e era criticado por ser lento. Entretanto, ele respondia às críticas com uma canhota sensacional: transformava o difícil em fácil, fintava o adversário e sempre deixava os companheiros em posição de vantagem.


O seu único karma foi ser contemporâneo de Norberto Alonso, um dos grandes ídolos do River Plate. Mesmo ganhando três títulos com o clube (os metropolitanos de 1975 e 1977 e o nacional de 1975), Sabella jamais se fixou como titular. No cenário continental, chegou a jogar a final da Libertadores de 1977, mas o título acabou ficando com o Cruzeiro. Em 1978, quando surgiu a oportunidade de ir para o Sheffield United da Inglaterra, não titubeou.




Ele teve dificuldades de adaptação no futebol inglês e alternou bons e maus momentos com muito sacrifício. Bilardo, que estava de olho fazia tempo, sabia que a situação de Sabella não era cômoda e foi ao Reino Unido para lhe repatriar. "O clube não tinha dinheiro, mas juntei uns dólares e fui viajar", relembra Bilardo. "Convenci os dirigentes das vantagens de trazê-lo e, para retornar, tive de pedir dinheiro a ele."

Curiosidade

O clube Inglês Sheffield United havia tentado contratar na época o ainda jovem Diego Maradona do Argentinos Juniors, mas o clube argentino não aceitou a oferta de £ 180.000. Então, os ingleses investiram no futebol de Sabella, e "Alex Sabella", como era chamado por lá, assinou-o por £ 160.000 em 19 de julho de 1978. Sabella fez sua estréia contra o Leyton Orient, em 19 de agosto de 1978.

Uma equipe de luxo



Bilardo já era ídolo no Estudiantes por ter feito parte do plantel que faturara no final da década de 1960 três Copas Libertadores e a Copa Intercontinental. O Narigón havia retornado sonhando em trazer de volta a mística e colocar o clube novamente nas primeiras posições do futebol argentino. "Com aquele discurso, ele me convenceu", recorda Sabella.

Sabella, no ótimo time do Estudiantes do início da década de 80


O jogador fez parte de um meio-campo inesquecível, ao lado de Marcelo Trobbiani, José Daniel Ponce e Miguel Ángel Russo. Os resultados não tardaram com os títulos do metropolitano de 1982 e do nacional de 1983. Só lhe faltou vencer a Libertadores. A conquista esteve perto em 1983, mas o Estudiantes ficou em segundo no triangular da fase semifinal, atrás do Grêmio, que viria a ser campeão. A partida-chave foi justamente contra a equipe gaúcha em La Plata: o time da casa teve uma atuação heroica e, mesmo com quatro jogadores expulsos (entre eles Sabella), conseguiu empatar um jogo que perdia por 3 a 1, mas a igualdade não foi suficiente para avançar na competição.


Paradoxalmente, Sabella foi contratado pelo Grêmio em 1985, mas voltou ao Estudiantes dois anos depois. Mesmo se transferindo para o Ferro Carril Oeste, onde encerrou a carreira em 1988, jamais se desligou do Estudiantes. Até continuou vivendo em La Plata.

A jaqueta marrom


Após pendurar as chuteiras, Sabella começou a trajetória fora das quatro linhas como auxiliar de Daniel Passarella, com quem esteve no River Plate (1990-94), na seleção argentina (1994-98), na seleção uruguaia (2000-01), no Parma da Itália (2001), no Monterrey do México (2002-04), no Corinthians (2005) e pela segunda vez no River (2006-07).

Em 2007, Sabella decidiu deixar a função de auxiliar para começar a carreira solo e ficou aguardando uma oportunidade. Ela chegou em março de 2009, quando o Estudiantes (cujas partidas ele assistia frequentemente) lhe chamou para substituir Leonardo Astrada. A equipe havia tido um começo ruim no Campeonato Argentino, e o futuro na Libertadores corria riscos. Pela sua falta de experiência à beira do gramado, muitos perguntavam se Sabella teria condições de assumir o posto.

A estreia foi contra o Deportivo Quito em La Plata, no dia 19 de março. Desde aquele 4 a 0, o Estudiantes não perdeu mais na Libertadores: em dez partidas, venceu sete (três como visitante) e empatou três, com 14 gols a favor e apenas dois contra. No Campeonato Argentino, o técnico pegou a equipe em penúltimo e a deixou em sexto.

Há uma história que lhe define bem. No dia da sua estreia, Sabella vestiu uma jaqueta marrom e passou a usá-la em todas as partidas que dirigiu. "O Bilardo disse que se fôssemos campeões eu deveria dar a minha jaqueta a ele. E eu a dei. Se tem alguém a quem devo agradecer é o Bilardo, que me fez conhecer o Estudiantes. Mas ele vai precisar me devolver a jaqueta para o Mundial de Clubes."


A humildade é a sua bandeira. "Todo o mérito é dos jogadores. Devemos erguer um monumento a eles. Eu só os ajudei a chegarem até a final e lhes disse para irem com vontade, pois não podia mais entrar em campo." Sobre o fato de o seu nome ter entrado para a história do futebol, Sabella foi filosófico. "O Olimpo é a casa dos deuses, e podemos ter certeza de que todos chegamos ao Olimpo com o Estudiantes."

Fonte:Sabella, ídolo em La Plata(FIFA.com) Sexta-feira 17 de julho de 2009



Pesquisa do Diário platense,"El Dia" :

Você acha que a seleção, sob a liderança de Maradona, será capaz de disputar o título na Copa da África do Sul?

Sim (16,24%)


Não (83,28%)

Não sei dizer (0,48%)

Portanto, ainda há tempo!
A Seleção Argentina merece Alejandro Javier Sabella, já!!

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